Como o crime ambiental afeta nossas vidas?

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A Amazônia enfrenta um ponto de inflexão catastrófico: cientistas em todo o mundo alertam que a floresta corre o risco de perder sua capacidade de regeneração. Uma ação imediata é essencial diante desse cenário – e o combate ao crime ambiental torna-se mais urgente do que nunca.

Isso porque o crime ambiental, além de estar associado a problemas como corrupção, escravidão e violência, ameaça florestas, comunidades e a biodiversidade, afetando diretamente nossas vidas.

Nesse contexto, a plataforma Ecocrime Data, desenvolvida pelo Instituto Igarapé, organização apoiada em 2023 pelo Confluentes, revela, por meio de uma experiência imersiva, como a grilagem de terras, a extração ilegal de madeira, a mineração predatória e o comércio ilícito de animais na Amazônia aceleram a degradação ambiental.

A ferramenta fornece informações sobre tendências e padrões desses crimes, permitindo que tomadores de decisão, jornalistas, ativistas, pesquisadores e cidadãos compreendam os desafios enfrentados na região. A visualização de dados e narrativas reais sobre a dinâmica dos delitos ambientais na Bacia Amazônica possibilita uma melhor compreensão da situação.

 

A força das defensoras da floresta

A defesa da Amazônia não é apenas uma questão de sobrevivência para os habitantes locais, mas também uma batalha perigosa. Um exemplo é a história de Dandara Rudsan Sousa de Oliveira, ativista transgênero e defensora dos direitos humanos que enfrenta os perigos de ser mulher e ambientalista na Amazônia. Além da violência doméstica, ela e outras defensoras da floresta enfrentam ataques de criminosos que buscam explorar os recursos naturais da região.

Mas, apesar das adversidades, as mulheres da Amazônia estão se unindo e se fortalecendo. Dandara, por meio de grupos de pressão regionais e nacionais, clama às autoridades por proteção e pelo fim dos ataques contra as defensoras. Uma jornada pessoal conturbada, incluindo a rejeição familiar durante sua transição de gênero, fortaleceu suas convicções na luta pelos direitos humanos, justiça de gênero e proteção ambiental.

A história de Dandara é uma mistura de perdas e superação. Sua família foi deslocada devido à construção da hidrelétrica de Belo Monte, infortúnio que, por um lado, ajudou a reconciliá-la com seu pai. Hoje, eles mantêm um vínculo próximo. Apesar dos desafios, Dandara continua determinada a lutar pela Amazônia e pelos direitos das mulheres, entendendo que a história da região é marcada por violações, mas também por resistência e laços familiares e comunitários fortalecidos.

Mas ainda há muito trabalho a ser feito. O desmatamento na Amazônia está aumentando novamente – e os defensores do meio ambiente estão constantemente em perigo. Dandara e outros protetores da Amazônia enfrentam uma luta contínua para preservar a floresta e garantir um futuro sustentável para a região.

 

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Ameaças que atravessam fronteiras

A crise na Amazônia não se limita às fronteiras do Brasil. Na Venezuela, a instabilidade econômica e a governança disfuncional têm contribuído para o avanço do crime ambiental. Grupos armados e a cumplicidade institucional saqueiam a floresta, agravando ainda mais a situação ambiental e social no país. O estudo de caso do Instituto Igarapé revelou que nas últimas duas décadas a Venezuela perdeu 2,29 milhões de hectares da sua cobertura florestal, mais da metade dela composta de florestas primárias.

Para enfrentar esses desafios, o Instituto Igarapé e outras organizações trabalham em parceria com comunidades locais, pesquisadores, governos e a sociedade civil para desenvolver soluções eficazes e promover a preservação da Amazônia.

A plataforma Ecocrime Data é uma ferramenta valiosa para compreender a dimensão do problema e identificar áreas críticas que exigem intervenção imediata. A conscientização pública e o engajamento são essenciais para pressionar os governos a adotarem medidas rigorosas contra o crime ambiental e para incentivar a adoção de práticas sustentáveis.

Diante da urgência da crise climática e do desafio crescente representado pelo crime ambiental, a plataforma e o Instituto Igarapé desempenham um papel fundamental na defesa do meio ambiente e na luta pela preservação da Amazônia. Com histórias reais e dados concretos, é um trabalho que inspira a ação e impulsiona as mudanças necessárias para um futuro mais sustentável e resiliente.

Para colaborar com esse trabalho, seja confluente.

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