Filantropia Estratégica: o que é e como ajuda a sociedade?

Filantropia Estratégica: mãos unidadas se cumprimentando
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Quando vamos ao dicionário, encontramos o que é filantropia como “profundo amor à humanidade”, “desprendimento, generosidade para com outrem, caridade”.

Mas a filantropia, na prática, precisa ser mais que um sentimento ou um estilo de vida.

Veja também: Filantropia – o que é, tipos e como ajuda a sociedade?

Filantropia, no mundo de hoje, é também a atuação voluntária de recursos privados para o bem público e para as ações públicas.

Como afirma Inês Mindlin Lafer, idealizadora do Confluentes, diretora do Instituto Betty e Jacob Lafer e presidente do conselho do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), hoje é possível pensarmos a filantropia no Brasil em duas grandes frentes.

“Enquanto uma delas é voltada para a assistência, para as necessidades imediatas e as ações emergenciais, a outra é voltada para a garantia de direitos difusos e coletivos. As duas se somam e se complementam”, explica Inês.

Em outras palavras, é importante darmos assistência em momentos de necessidade, fazendo campanhas de arrecadação de agasalhos e doando cestas básicas no combate à fome.

Porém é igualmente fundamental promover melhorias que, no médio e no longo prazo, possam diminuir as desigualdades e fortalecer a democracia.

É isso o que chamamos de filantropia estratégica.

O que é Filantropia Estratégica?

Voltemos ao dicionário: uma das principais definições de estratégia é “arte e aplicar com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos”.

A filantropia estratégica prioriza iniciativas sistêmicas e de longo prazo. É um olhar para o futuro, porém sem perder de vista os problemas do presente.

Isso quer dizer que a generosidade e o amor à humanidade podem – e, mais do que nunca, devem – atuar tanto nas causas urgentes quanto nas ações que ajam na raiz dos problemas.

É importante ressaltar que a filantropia jamais vai substituir o papel do Estado. Sua grande função é, na verdade, complementar políticas públicas, fazendo com que as ações governamentais cheguem de maneira mais eficiente a quem mais precisa.

“Em um país de desigualdades como o Brasil, onde também há uma falta de transparência dos agentes públicos, a filantropia estratégica é fundamental para pensarmos numa sociedade mais plural, justa e sustentável”, afirma Inês.

Em resumo, a filantropia é estratégica quando doamos não apenas para botar comida no prato de quem tem fome e agasalhar quem sente frio.

Mas quando nossas doações apoiam projetos que trabalham para fazer com que, num futuro próximo, menos pessoas sintam fome e frio.

Com a filantropia estratégica buscamos transformações positivas na nossa sociedade.

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Quais as causas que podem ser consideradas estratégicas?

Causas estratégicas são aquelas voltadas ao desenvolvimento de ideias e à ampliação do papel redistributivo do Estado e da regulação pública. O objetivo central é reduzir desigualdades, muitas vezes estruturais, na sociedade.

1. Aprimoramento de Políticas Públicas

Iniciativas que contribuam para o controle social de órgãos públicos, incremento da participação social e aperfeiçoamento da qualidade do trabalho dos gestores públicos, entre outros.

2. Clima e Meio Ambiente

Preservação da biodiversidade por meio de soluções inovadoras para a mudança climática, construção de comunidades resilientes e a manutenção do ar, rios e oceanos limpos.

3. Desigualdade social

Desenvolvimento de igualdade de oportunidades e de acesso a políticas públicas e a direitos como saúde e educação, contribuindo para a redução da distância entre ricos e pobres.

4. Equidade racial

Combate ao racismo, entendendo-o como elemento estrutural das desigualdades no Brasil, fortalecendo a consolidação de políticas e iniciativas de ação afirmativa e a ampliação da representação da população negra.

5. Direito das Mulheres

Redução das desigualdades de gênero e aumento da participação das mulheres na política e no mercado de trabalho, com ampliação de direitos econômicos, sociais e reprodutivos e o combate à violência contra a mulher.

6. Indígenas, quilombolas e povos tradicionais

Valorização do conhecimento e preservação dos territórios e meios de vida dos povos indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais em diferentes regiões do Brasil, fazendo com que sua voz seja considerada em espaços de tomada de decisão.

7. LGBTQIA+

Combate à discriminação e à violência com base em orientação sexual e/ou identidade de gênero, promovendo uma sociedade diversa e plural.

8. Fortalecimento da democracia e participação social

Iniciativas que promovam o respeito às regras e instituições democráticas, a participação social em todas as instâncias de tomada de decisão e no desenho e na implementação de políticas públicas.

9. Justiça

Redução nas desigualdades na aplicação do sistema de Justiça no Brasil e a garantia de que a legislação existente seja efetivamente implementada, com ações voltadas para dar transparência ao Judiciário, Defensorias e Ministério Público.

10. Segurança pública

Prevenção e redução da criminalidade, com aperfeiçoamento das instituições que compõem o sistema de segurança pública e justiça criminal, além do incentivo à transparência dos órgãos de controle.

11. Inovação e tecnologia para o bem público

Tecnologias e ideias inovadoras para solucionar problemas urbanos e sociais, com projetos que promovam a transparência e facilitem a contratação de inovação por parte de órgãos públicos.

12. Liberdade de expressão e informação/mídia independente

Projetos que contribuam para a liberdade de expressão e produção de informação de qualidade, incentivando a pluralidade de vozes e visões e a disseminação de informação por meios de comunicação independentes.

13. Sistemas Alimentares

Construção de um sistema alimentar saudável, justo e sustentável a partir do reconhecimento das interações entre produção, distribuição, preparo e consumo de alimentos, incluindo aspectos socioeconômicos e ambientais.

Quem pode praticar filantropia estratégica?

A filantropia estratégica não precisa – e não deve – ficar restrita a milionários. Também não deve ser realizada apenas por fundos internacionais, institutos e fundações empresariais e empresas socialmente responsáveis.

Como escreveu Inês Mindlin Lafer em artigo no jornal Folha de S. Paulo, o fato é que “muita gente no Brasil não se vê como elite, mas quem tem renda acima de R$ 27.744 mensais está no grupo do 1% mais rico entre os trabalhadores brasileiros. Pode, portanto, assumir seu protagonismo na construção de um país mais justo.”

A filantropia estratégica cabe no bolso de quem tem um pouco mais e pode oferecer uma parte de quem precisa.

Um estudo da Charities Aid Foundation mostrou o potencial de doação de pessoas físicas no mundo: há espaço para que, até 2030, a classe média global possa praticamente dobrar seus gastos.

Vale dizer que a maioria dessa população em ascensão reside em países de renda média e baixa como o Brasil. A barreira está, entre outras coisas, na baixa cultura de doação.

Os apoios individuais podem gerar alto impacto, ainda mais se feitos em causas estratégicas, pois se somam em prol de diferentes organizações.

Seja confluente e apoie a filantropia estratégica no Brasil

Mais do que nunca, é possível contribuir para mudanças mais sistêmicas, que atendam ao conjunto da população mais vulnerável.

Você pode ser parte dessa mudança.

Confluentes é uma iniciativa de mobilização de recursos de pessoas físicas com valores factíveis para quem tem um pouco mais para doar, mas não necessariamente é milionário.

É uma combinação entre doação de recursos e conexão. Busca atrair doadores, mas também, simultaneamente, conectar pessoas insatisfeitas com a situação do país e que querem promover mudanças por meio da filantropia estratégica.

O valor integral das doações feitas para o Confluentes é direcionado a ONGs reconhecidas e com amplo poder de impacto, enquanto a estrutura do Confluentes é mantida por organizações que defendem causas estratégicas.

E a proposta do Confluentes é que todos os doadores tenham acesso a uma série de benefícios: eventos temáticos e conversas com lideranças comprometidas com a democracia.

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Colabore com a filantropia estratégica e com o futuro do Brasil.

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