Filantropia e caridade têm muito em comum, mas não são exatamente a mesma coisa. Enquanto a caridade está muito conectada às religiões, principalmente ao cristianismo, relacionada à ideia de “fazer o bem”, a filantropia tem uma visão social.
Podemos dizer que o conceito de filantropia é, em si, uma variação do de caridade, porém destituído da carga religiosa.
No mundo contemporâneo, as duas palavras se afastaram ainda mais: a filantropia estratégica, mais do que simplesmente ajudar o próximo, quer resolver os problemas sociais do presente para construir um futuro mais igualitário e desenvolvido para todos.
Vamos, a seguir, detalhar esses conceitos.
Você sabe o que é filantropia? O termo tem origem nas palavras gregas φίλος (amor) e άνθρωπος (homem), significando, literalmente “amor à humanidade”. Essa costuma ser também a principal definição nos dicionários de Língua Portuguesa, que complementam o verbete com uma segunda acepção: “desprendimento, generosidade para com outrem, caridade”.
A filantropia como ação foi consolidada durante o Império Romano. Dedicado a retomar o paganismo em substituição ao cristianismo, o imperador Flavio Claudio Juliano (331-363) utilizou o termo como um equivalente à ideia de caridade, conceito que, por sua vez, já vinha sendo difundido como uma das grandes virtudes humanas pela então nova religião cristã.
Caridade deriva do latim caritas, que representa uma espécie de amor incondicional, e, por sua vez, vem do grego cháris, significa “graça” – e tem a mesma origem de “caro”, que é aquilo que tem grande valor e importância.
A palavra, como ressaltamos, tem um papel central nas religiões cristãs. Na Bíblia, ela aparece como sinônimo de “ágape”, que é o amor difundido por Jesus Cristo: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”
Portanto, caridade é “fazer o bem” – com recompensas, acima de tudo, espirituais.
Foi a partir do início do século XX que começaram a surgir organizações não religiosas que atuavam em prol dos interesses da sociedade – que hoje conhecemos como ONGs (Organizações Não Governamentais) ou OSC (Organizações da Sociedade Civil).
Hoje, a filantropia é uma atividade associada a indivíduos e organizações não governamentais e sem fins lucrativos que dedicam tempo e/ou recursos financeiros a ações e projetos voltados ao desenvolvimento da sociedade.
Por muitos séculos, a filantropia seguiu diretamente associada à ideia de caridade, sendo realizada em grande parte por organizações religiosas. A primeira entidade filantrópica brasileira foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada ainda no início do Período Colonial, em 1543.
Esse tipo de filantropia foi fundamental para o desenvolvimento de políticas de assistência social e o enfrentamento da pobreza, das injustiças e das desigualdades. No Brasil, por exemplo, sem o trabalho realizado pela Pastoral da Criança não teria sido possível implementar um protocolo tão eficaz para o combate à mortalidade infantil no país.
Mas enquanto a caridade atua, majoritariamente, provendo alimentos, roupas, cuidados e abrigos a pessoas necessitadas, a filantropia pretende construir uma sociedade mais justa e democrática.
Como explica Inês Mindlin Lafer, idealizadora do Confluentes, diretora do Instituto Betty e Jacob Lafer e presidente do conselho do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), a filantropia pode ser descrita na sociedade contemporânea como “a atuação voluntária de recursos privados para o bem público e para as ações públicas”.
Além disso, a própria filantropia pode ser dividida em duas vertentes: a tradicional e a estratégica.
Enquanto a primeira é voltada para a assistência, para as necessidades imediatas e as ações emergenciais, a filantropia estratégica trabalha para garantir os direitos difusos e coletivos. As duas se somam e se complementam.
Em outras palavras, é importante darmos assistência em momentos de necessidade, fazendo campanhas de arrecadação de agasalhos e doando cestas básicas no combate à fome, mas é igualmente fundamental promover melhorias que, no médio e no longo prazo, possam diminuir as desigualdades e fortalecer a democracia. Essa é a filantropia estratégica.
Confluentes é uma plataforma criada para potencializar a filantropia estratégica no Brasil a partir de doações individuais. Todos podem contribuir para mudanças mais sistêmicas, que atendam ao conjunto da população mais vulnerável, a partir de doações acessíveis – mas que fazem a diferença.
O valor integral das doações feitas para o Confluentes é direcionado a ONGs reconhecidas e com amplo poder de impacto, enquanto a estrutura do projeto é mantida por organizações que defendem causas estratégicas.
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