Filantropia: O que é, tipos e importância para a sociedade

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O termo filantropia tem origem nas palavras gregas φίλος (amor) e άνθρωπος (homem), significando, literalmente “amor à humanidade”. Essa costuma ser também a principal definição nos dicionários de Língua Portuguesa, que complementam o verbete com uma segunda acepção: “desprendimento, generosidade para com outrem, caridade”.

A filantropia como ação foi consolidada durante o Império Romano. Dedicado a retomar o paganismo em substituição ao cristianismo, o imperador Flavio Claudio Juliano (331-363) utilizou o termo como um equivalente à ideia de caridade, conceito que, por sua vez, já vinha sendo difundido como uma das grandes virtudes humanas pela então nova religião cristã.

Filantropia seria, dessa maneira, uma espécie de vínculo natural entre os seres humanos: ajudar o outro visando a uma sociedade mais igualitária e, portanto, completa e desenvolvida.

O que significa filantropia?

Por muitos séculos, a filantropia seguiu diretamente associada à ideia de caridade, sendo realizada em grande parte por organizações religiosas, especialmente católicas. A primeira entidade filantrópica brasileira foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada ainda no início do Período Colonial, em 1543.

Esse tipo de filantropia foi fundamental para o desenvolvimento de políticas de assistência social e o enfrentamento da pobreza, das injustiças e das desigualdades. No Brasil, por exemplo, sem o trabalho exemplar realizado pela Pastoral da Criança não teria sido possível implementar um protocolo tão eficaz para o combate à mortalidade infantil no país.

A partir do início do século XX, após a Proclamação da República e a separação entre Estado e Igreja, começaram a surgir organizações não religiosas que atuavam em prol dos interesses da sociedade – que hoje conhecemos como ONGs (Organizações Não Governamentais) ou OSC (Organizações da Sociedade Civil).  Elas formam o que ficou conhecido como Terceiro Setor.

Hoje, a filantropia é uma atividade associada a indivíduos e organizações não governamentais e sem fins lucrativos que dedicam tempo e/ou recursos financeiros a ações e projetos voltados ao desenvolvimento da sociedade.

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Qual a diferença entre filantropia e caridade?

A caridade, como vimos, tem origem na doutrina cristã, tendo se consolidado ao longo dos séculos com instituições de misericórdia que atuavam, majoritariamente, na assistência médico-hospitalar a pessoas carentes – provendo alimentos, roupas, cuidados e abrigos a pessoas necessitadas.

A filantropia, por outro lado, não apenas ajuda pessoas que passam por necessidades urgentes: mais do que isso, ela busca construir uma sociedade mais igualitária na qual haja menos pessoas passando por necessidades urgentes.

Na definição do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, “as pessoas que praticam a caridade estão buscando aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a tendência da filantropia é tentar resolver o problema que está causando o sofrimento.”

No mundo contemporâneo, portanto, a filantropia pode ser descrita, como explica Inês Mindlin Lafer, idealizadora do Confluentes, diretora do Instituto Betty e Jacob Lafer e presidente do conselho do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), como “a atuação voluntária de recursos privados para o bem público e para as ações públicas”.

A importância da filantropia para a sociedade

A filantropia tem como papel central complementar – e jamais substituir – a ação das políticas públicas e do Estado no que se refere aos interesses da sociedade, nas mais diversas áreas, como Saúde, Educação, Meio Ambiente e Segurança Pública, entre outras.

Mais do que proporcionar assistência ou recursos financeiros emergenciais para aquilo que o Estado não é capaz de suprir em determinado momento, a filantropia tem como grande objetivo oferecer novos modelos e propostas para o bom funcionamento da sociedade.

Tanto as políticas públicas quanto a filantropia são essenciais – e funcionam ainda melhor quando dialogam entre si e caminham juntas.

Filantropia hoje

Segundo a pesquisa World Giving Index 2022, realizada pela organização britânica Charities Aid Foundation (CAF) em parceria com o IDIS, três bilhões de pessoas em todo o mundo praticaram filantropia em 2021 – mais do que eu qualquer ano da década anterior, constituindo um aumento de quase 500 milhões em relação a antes da pandemia de Covid-19.

Mesmo no Brasil, onde ainda não há uma cultura de doação consolidada, houve um crescimento significativo: pelo quarto ano consecutivo, o país subiu no ranking geral do World Giving Index, passando da 54° para a 18° colocação dos mais generosos.

O país mais generoso do mundo em 2021 foi a Indonésia, seguido pelo Quênia. Em seguida estão Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Mianmar, Serra Leoa, Canadá, Zâmbia e Ucrânia.

Tipos de Filantropia

Filantropia estratégica

Como afirma Inês Mindlin Lafer, hoje é possível pensarmos a filantropia no Brasil em duas grandes frentes. “Enquanto uma delas é voltada para a assistência, para as necessidades imediatas e as ações emergenciais, a outra é voltada para a garantia de direitos difusos e coletivos. As duas se somam e se complementam”, explica.

Em outras palavras, é importante darmos assistência em momentos de necessidade, fazendo, por exemplo, campanhas de arrecadação de agasalhos e doando cestas básicas no combate à fome. Porém é igualmente fundamental promover melhorias que, no médio e no longo prazo, possam diminuir as desigualdades e fortalecer a democracia.

É isso o que chamamos de filantropia estratégica: quando doamos não apenas para botar comida no prato de quem tem fome e agasalhar quem sente frio, mas fazer com que mais pessoas possam ter comida no prato e agasalhos no futuro próximo.

A filantropia estratégica busca transformações positivas na nossa sociedade.

Filantropia empresarial

Filantropia empresarial, também chamada de filantropia corporativa, é quando empresas realizam contribuições para uma causa – tanto por meio de apoios financeiros quanto por meio de ações junto à sociedade. Há, muitas vezes, incentivos fiscais para esse tipo de prática.

É importante ressaltar a diferença entre filantropia empresarial e responsabilidade social. A responsabilidade social de uma empresa está ligada ao papel dessa organização dentro da sociedade e as consequências de sua atuação, enquanto a filantropia corporativa é voltada a qualquer tipo de ação que colabore por uma sociedade mais justa e democrática.

Filantropia individual

Já a filantropia individual, ou de pessoas físicas, como o nome já diz, é realizada por indivíduos. É importante que a população se engaje socialmente para que seja possível estabelecer uma ampla cultura de doação de recursos financeiros no Brasil.

Segundo Inês Mindlin Lafer, “as doações de institutos privados e de pessoas de altíssimo patrimônio, por serem restritas, costumam priorizar áreas como educação, assistência social e saúde. Outros temas, como participação política, fortalecimento da democracia, desigualdade, entre muitos outros, ficam em segundo plano.”

A entrada de mais pessoas físicas no cenário da doação filantrópica, portanto, diversifica as fontes de recursos e torna possível o apoio a iniciativas em áreas fundamentais para a construção de uma sociedade civil ativa.

Filantropia pontual

Na filantropia pontual não há recorrência. São feitas doações de caráter único ou esporádico, geralmente relacionadas a alguma emergência – como catástrofes naturais (enchentes, secas, terremotos etc.), conflitos ou pandemias (como a Covid-19), por exemplo.

É de extrema importância para salvar vidas em momentos críticos, mas insuficiente para de fato transformar a sociedade.

Filantropia recorrente

Na filantropia recorrente são realizadas doações em uma periodicidade fixa, buscando não apenas resolver uma emergência como sanar, de maneira ampla, um problema social

Está diretamente ligada à filantropia estratégica, normalmente cumprindo um orçamento fixo todo mês ou ano.

Como praticar filantropia?

Existem muitas maneiras de entrar para o mundo da filantropia – e, hoje, doar e fazer a diferença é mais fácil do que nunca.

É preciso ser rico para ser filantropo?

Ao contrário do que pode pregar o senso comum, a filantropia não está restrita a bilionários ou mesmo a milionários.

Quem tem renda acima de R$ 27.744 mensais está no grupo do 1% mais rico entre os trabalhadores brasileiros. Tem condições, portanto, de assumir seu protagonismo na construção de um Brasil melhor para todos.

E mesmo ganhando menos que isso você muito provavelmente está entre os 5% ou 10% mais ricos do país – podendo contribuir, de uma maneira que seja viável em relação à sua renda ou tempo livre, para a construção de uma sociedade melhor.

Opção 1: Encontrar uma rede de filantropia

A maneira mais fácil e segura de doar é fazendo parte de uma rede de filantropia, como o Confluentes.

Confluentes é uma plataforma criada para potencializar a filantropia individual no Brasil. Reunimos doadores individuais com ONGs qualificadas buscando gerar melhores resultados no combate às desigualdades sociais. Utilizamos estratégias, curadoria e gestão comprovadas, com o suporte de alguns dos maiores institutos e fundações filantrópicos do país.

Quem doa para o Confluentes doa para organizações de ponta que, atuando em causas urgentes e de impacto, estão colaborando para fazer do Brasil um país mais justo.

Temos uma curadoria que, a cada ano, apoia novas organizações dispostas a, de diversas maneiras, fortalecer a democracia.

Opção 2: Doar para ONGs por conta própria

Existem inúmeras organizações realizando um trabalho incrível para fazer do Brasil um país melhor. A grande dificuldade é saber por onde começar.

Antes de decidir apoiar uma ONG, é importante se fazer algumas perguntas. Que organização é essa? A que causa ela se dedica? Essa causa é importante? A organização tenta resolver parte de um problema que precisa ser resolvido? Ela é reconhecida? Quem financia? Quem está no seu conselho? Quem a lidera? Tem autoridade e formação para isso? Como ela atua?

Não é fácil – mas com o Confluentes é possível pular essas etapas, colaborando com um grupo de organizações certificadas.

Se alguma causa é importante para você, é preciso buscar uma organização que faça esse trabalho e a apoie. O Confluentes funciona como uma espécie de mediador desse processo.

Nosso conselho escolhe, anualmente, um conjunto de ONGs com comprovada capacidade de atuação e alto potencial de transformação para serem apoiadas. Só se qualificam ONGs que recebem ou já receberam recursos dos financiadores que formam nosso conselho, composto por agentes de grandes instituições filantrópicas, com longa experiência.

Opção 3: Ser voluntário em instituições de filantropia

É também uma excelente opção dedicarmos nosso tempo a uma organização voltada à causa que mais nos toca. A dificuldade, da mesma forma, é selecionar a organização certa.

Com o Confluentes, além do apoio financeiro, os doadores podem, por meio de nossa rede de filantropia, interagir com as organizações apoiadas e participar de seu dia a dia.

Conclusão

A construção de um mundo justo passa hoje, obrigatoriamente, pela filantropia. E, como já deixamos claro, todos podem contribuir.

A partir de R$ 5 mil anuais, ou pouco mais de R$ 400 mensais, quem doa para o Confluentes doa para organizações de ponta que, atuando em causas urgentes e de impacto, estão colaborando para fazer do Brasil um país mais democrático.

Praticar filantropia não tem mistério – e cabe no seu bolso. Seja confluente!

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