

Nascido nos Estados Unidos em novembro de 2016, o Sleeping Giants é um movimento ativista digital, inicialmente anônimo e independente, que promove campanhas nas redes sociais a fim de inviabilizar economicamente sites, páginas e perfis que propagam desinformação, discursos de ódio, intolerância e extremismo.
Mas fato é que a desinformação e o ódio não são fenômenos restritos a um único país. Assim, em 18 de maio de 2020, o Sleeping Giants aterrissou de maneira turbulenta em solo brasileiro. Fruto de uma pesquisa acadêmica, em meio a uma eleição fraudulenta, desordem informacional, ódio propagado diariamente pelas redes sociais, ingerência das plataformas quanto à publicidade, verba pública desperdiçada em sites nocivos, negacionismo científico sendo propagado em uma pandemia e um ecossistema fraudulento e odioso muito bem construído que a máxima de “seguir o dinheiro” foi adotada na fundação do Sleeping Giants Brasil.
As provocações do movimento foram de tal forma eficazes que, dentre os 1302 alertas, 1021 empresas até o momento removeram publicidades e interromperam a prestação de serviços a canais e sites produtores de desinformação e discursos de ódio. Isso significa uma taxa de eficácia de 78,41% dos alertas aos publishers sobre propagandas estarem presentes em sites nocivos. Da mesma maneira, organismos de Estado, como o Tribunal de Contas da União, a Controladoria Geral da União e o Tribunal Superior Eleitoral agiram de forma a endossar as atividades do SGBR, proferindo decisões e notas técnicas orientando empresas públicas, sociedades de economia mista e órgãos da administração direta a observarem as orientações do movimento.
Essa debandada de anunciantes só foi possível graças às milhares de pessoas que se engajaram na luta por um ambiente digital mais saudável, e provocaram impactos reais. O resultado desse impacto está no fato de que ao longo dos anos de atuação, o Sleeping Giants Brasil promoveu 47 campanhas e conseguiu com que cerca de 82 milhões de reais fossem retirados de narrativas que disseminavam fake news e discursos odiosos.