Entenda como a filantropia pode conter os impactos das mudanças climáticas
A tragédia do Rio Grande do Sul, que já dura semanas, é uma prova de que as mudanças climáticas não são algo com que teremos de lidar no futuro. É um problema do presente, que já está acontecendo agora, afetando direta ou indiretamente as vidas de milhões de pessoas. O Estado e o poder público como um todo são essenciais para lidar com o problema, tanto no que se refere ao apoio emergencial quanto à implementação de políticas públicas que possam mitigar os efeitos de tais mudanças no longo prazo. No entanto, o papel dos atores não estatais, incluindo a filantropia, por meio das organizações da sociedade civil, também é fundamental.
A filantropia não substitui a ação dos governos, muito pelo contrário: sua missão é complementar as políticas públicas, fazendo com que as leis e as ações do Estado cheguem cada vez mais, e de forma mais eficiente, a quem precisa. Em outras palavras, é contribuir para que os governos sejam mais responsáveis e eficientes. E, em momentos de crise como este, nada é mais importante que a colaboração.
São muitas as maneiras pelas quais a filantropia pode impactar positivamente o meio ambiente. Listamos algumas:
- Investimento em projetos inovadores: Apoiar a inovação em tecnologias verdes e práticas sustentáveis pode ajudar a resolver problemas ambientais de forma eficaz. Isso inclui financiar pesquisas em energias renováveis, sistemas de reciclagem avançados e tecnologias que reduzam a pegada de carbono das indústrias.
- Restauração florestal: Financiar programas de reflorestamento e restauração dos biomas é essencial para recuperar áreas degradadas e preservar a biodiversidade. Projetos de restauração podem também envolver comunidades locais, criando empregos e promovendo a educação ambiental.
- Conservação da natureza: A filantropia pode contribuir para a criação e manutenção de áreas protegidas, apoiar a fiscalização de leis ambientais e financiar estudos que ajudem a entender melhor como proteger os ecossistemas vulneráveis.
- Enfrentamento das desigualdades sociais: Projetos ambientais que também abordam questões sociais podem ser particularmente eficazes. Por exemplo, programas que combinam a conservação ambiental com o desenvolvimento comunitário, ajudando comunidades a encontrar formas sustentáveis de usar seus recursos naturais.
- Apoio a comunidades tradicionais e agricultores familiares: Investir em comunidades que dependem diretamente do ambiente para seu sustento pode promover práticas agrícolas sustentáveis e proteger territórios contra o uso predatório. Isso inclui o apoio à agricultura orgânica, sistemas agroflorestais e outras práticas que aliam produção e conservação.
- Advocacy: A filantropia também pode desempenhar um papel estratégico no apoio a políticas públicas mais fortes em favor do meio ambiente. Isso pode ser feito através do financiamento de campanhas, estudos de impacto ambiental e suporte a ONGs que trabalham diretamente com tomadores de decisão para formular leis e regulamentações que protejam o meio ambiente.
Apoiar o Confluentes é colaborar diretamente por um futuro ambiental justo e equilibrado, no qual o desenvolvimento sustentável e a equidade social são alcançados de forma integrada. Diversas iniciativas que apoiamos em 2024 contribuem, cada uma a sua maneira, para enfrentar a crise climática a partir de diferentes frentes:
- ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza): Dedicado à promoção do desenvolvimento sustentável em áreas de relevância ecológica no Brasil, principalmente no Cerrado, o ISPN apoia iniciativas que aliam conservação ambiental com melhorias na qualidade de vida das comunidades locais. O instituto trabalha com projetos que incentivam práticas agrícolas sustentáveis e a conservação da
- FUA (Fundo Agroecológico): O FUA adquire propriedades por compra ou doação, registra essas terras em nome de uma associação sem fins lucrativos que faz contratos de arrendamento em termos justos com agricultores agroecológicos. Contribui, assim, para combater a crise climática ao sequestrar carbono no solo, reduzir o uso de combustíveis fósseis através de práticas agrícolas menos dependentes de agroquímicos, e aumentar a resiliência alimentar com métodos que protegem a biodiversidade.
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