Por que é importante estimular a cultura de doação no Brasil?

, ,

O que é cultura de doação e por que é importante no Brasil?

A cultura de doação é um conjunto de valores, crenças e comportamentos que estimulam as pessoas a contribuir com recursos, dinheiro, tempo ou habilidades para causas sociais, filantrópicas ou comunitárias

No Brasil, a cultura de doação é um tema cada vez mais relevante, especialmente em um contexto de desigualdades econômicas, sociais e culturais. A doação pode ser uma forma de promover mudanças positivas e construir uma sociedade mais justa e solidária.

A cultura de doação é uma maneira de envolver a sociedade em questões fundamentais para o seu desenvolvimento, estimulando a participação cidadã e o engajamento comunitário. Ao mesmo tempo, fortalece organizações da sociedade civil, como as ONGs e instituições filantrópicas, que muitas vezes desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar social e na defesa de direitos.

Mesmo com avanços recentes na cultura de doação no Brasil, ainda há muito a ser feito para promover o envolvimento de todas as esferas da sociedade. É necessário investir em educação e sensibilização para a importância da doação, bem como em políticas públicas que incentivem a doação de recursos para ações sociais. 

 

Seja Confluente

A cultura de doação no Brasil em números

Segundo a pesquisa World Giving Index 2022, realizada pela organização britânica Charities Aid Foundation (CAF) em parceria com o IDIS, três bilhões de pessoas em todo o mundo praticaram filantropia em 2021 – mais do que eu qualquer ano da década anterior, constituindo um aumento de quase 500 milhões em relação a antes da pandemia de Covid-19.

Mesmo no Brasil, onde ainda não há uma cultura de doação consolidada, houve um crescimento significativo: pelo quarto ano consecutivo, o país subiu no ranking geral do World Giving Index, passando da 54° para a 18° colocação dos mais generosos.

Porém, embora sete em cada 10 brasileiros afirmem que costumam fazer doações, segundo pesquisa do IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), grande parte é voltada para causas emergenciais e não acontece de maneira recorrente.

Mais do que isso, as doações filantrópicas representam no Brasil apenas 0,23% do PIB, enquanto nos Estados Unidos esse percentual é dez vezes maior: o total de doações equivale a 2% do PIB americano. Por outro lado, levantamento do Movimento Por uma Cultura de Doação, em parceria com a Sitawi e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), mostra que as atividades do terceiro setor contribuem com 4,27% do PIB brasileiro, o que ressalta o quanto organizações filantrópicas podem contribuir para a economia do país.

Ainda há um longo caminho a percorrer para desenvolver uma cultura de doação mais forte e solidária no Brasil. É preciso enfrentar desafios como a falta de confiança nas instituições e a baixa capacidade de mobilização da população para contribuir com causas sociais. 

Para isso, é fundamental que o Estado e a sociedade civil trabalhem em conjunto para promover políticas públicas e campanhas de conscientização que incentivem a cultura de doação no país.

 

Os desafios para a cultura de doação no Brasil

Além dos desafios mencionados anteriormente, a cultura de doação no Brasil também enfrenta obstáculos relacionados aos hábitos de parte da população. Em muitos casos, a cultura do individualismo e do imediatismo prevalece sobre a ideia de solidariedade e da contribuição para o bem comum.

Muitas pessoas ainda acreditam que a responsabilidade de lidar com as questões sociais é exclusiva do Estado, deixando de lado a importância da participação ativa da sociedade civil. Além disso, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de educação financeira e planejamento financeiro, o que muitas vezes impede os indivíduos de pensar na filantropia como uma opção viável.

Outro fator que pode ser um entrave é a falta de confiança nas instituições. Em um país marcado pela corrupção e pela má gestão do dinheiro público, muitas pessoas podem preferir não doar a instituições filantrópicas por medo de que seu dinheiro não seja bem utilizado ou que caia em mãos erradas.

Todas essas questões apontam para a necessidade de um trabalho contínuo de conscientização e mudança de mentalidade em relação à cultura de doação no Brasil. É preciso incentivar o pensamento coletivo e o engajamento da sociedade civil em causas sociais, mostrando que todos podem contribuir de alguma forma para a construção de uma sociedade mais justa e solidária

Além disso, é fundamental que haja transparência e eficiência na gestão das instituições filantrópicasComo explica Inês Mindlin Lafer, diretora e idealizadora do Confluentes, cada vez mais encontramos pessoas capazes de fazer uma boa prestação de contas e atuar profissionalmente no terceiro setor. 

Porém, ela completa, “a confusão entre filantropia e pilantropia tem muito a ver com a lei brasileira de licitações. A lei permite que o governo contrate organizações sem fins lucrativos sem passar pelo processo licitatório. Nessa brecha legal, encontramos organizações de fachadas, ou que não fazem aquilo que deveriam fazer. Por isso, cada vez menos organizações sérias têm usado essa brecha legal para não serem confundidas com organizações pilantrópicas. Mas não é porque há uma parcela pequena de organizações de fachadas que devemos criminalizar todas as organizações do terceiro setor. A esmagadora maioria é séria.”

 

Como a cultura de doação pode beneficiar o desenvolvimento do Brasil

Apesar dos desafios mencionados anteriormente, uma cultura de doação forte e engajada pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento do Brasil. Uma das principais vantagens é a possibilidade de promover a filantropia estratégica, ou seja, doações que visam a solução de problemas sociais a longo prazo e não apenas o alívio imediato de situações de emergência.

Essa filantropia estratégica pode ser voltada, por exemplo, à defesa dos direitos de grupos minorizados, à conservação do meio ambiente ou à elaboração de políticas públicas mais eficientes. Com doações bem direcionadas e uma boa gestão dos recursos, é possível gerar impactos significativos na sociedade, contribuindo para a construção de um país mais desenvolvido e igualitário.

A cultura de doação também beneficia as próprias instituições filantrópicas e ONGs, que muitas vezes enfrentam dificuldades financeiras para manter suas atividades. Com mais doações, essas instituições podem expandir sua atuação e desenvolver projetos mais ambiciosos e eficazes, tendo um papel ainda mais relevante na solução dos problemas sociais.

 

Como incentivar a cultura de doação no Brasil 

Para incentivar a cultura de doação no Brasil, é importante haver um trabalho engajado em estimular a filantropia e conscientizar as pessoas sobre a importância da doação. 

O Movimento Por uma Cultura de Doação é um exemplo de iniciativa que busca incentivar a doação no país, promovendo ações e campanhas que visam sensibilizar as pessoas sobre a importância de doar para causas sociais e para o fortalecimento da sociedade civil.

O movimento tem como objetivo principal tornar a cultura de doação uma prática comum e frequente na vida dos brasileiros, inspirando e mobilizando indivíduos e organizações para doar de maneira mais estratégica e efetiva. Além disso, busca fomentar o debate sobre o tema e ampliar o conhecimento sobre filantropia e doação no Brasil

Portanto, para que a cultura de doação seja cada vez mais presente no Brasil, é necessário que haja uma mudança de mentalidade da população, que deixe de enxergar a doação como algo pontual e passe a encará-la como uma prática frequente e estratégica

É preciso compreender que doar é uma forma de contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país, e que a filantropia estratégica pode ter impactos positivos em áreas como educação, saúde, meio ambiente e justiça social.

 

Como fazer a sua parte?

Para fazer a sua parte no fomento de uma cultura de doação, é preciso entender que a filantropia é um investimento social – podendo trazer benefícios não só para quem recebe, mas também para quem doa. Para isso, é importante adotar alguns hábitos e atitudes que ajudem a tornar a doação uma prática constante e consciente. Algumas sugestões incluem:

  • Definir um orçamento mensal para doações: Assim como fazemos com outras despesas, é importante reservar um valor fixo todo mês para doar. Dessa forma, você poderá planejar melhor suas doações e garantir que elas sejam constantes e regulares.
  • Escolher causas que você se identifica: Ao selecionar uma causa que tenha a ver com seus valores e interesses pessoais, você terá mais motivação para doar e se engajar com a organização beneficiada.
  • Pesquisar as organizações antes de doar: É importante conhecer o trabalho das organizações e avaliar sua efetividade antes de fazer uma doação. Você pode buscar informações sobre a gestão da organização, seus projetos e resultados, e sua transparência financeira.
  • Compartilhar a cultura de doação com amigos e familiares: Ao incentivar outras pessoas a doar, você contribui para disseminar a cultura de doação e ampliar seu impacto social.

E se você quer fazer a sua parte para ampliar a cultura de doação no Brasil, pode ter certeza de que o Confluentes é uma excelente opção. No Confluentes, você:

  • Escolhe o valor que cabe no seu bolso;
  • Doa para organizações selecionadas por uma curadoria com anos de experiência no setor;
  • Tem 100% do valor doado repassado às ONGs – não há qualquer custo operacional;
  • Atua em causas estratégicas em que há pouco investimento da “grande filantropia”, mas são essenciais para construirmos uma sociedade mais justa e democrática.

Gostou? Só falta um passo para começar: seja confluente!

Seja Confluente

Últimos posts