#EuSouConfluente: Eduardo Satler Cetlin

, , ,

O #EuSouConfluente bateu um papo com Eduardo Satler Cetlin, um de nossos doadores! 

Natural de Belo Horizonte, ele passou 22 anos nos Estados Unidos e retornou à capital mineira em agosto de 2022.

E já tem muita experiência no mundo da doação. Trabalhou com filantropia estratégica por quase 20 anos e foi presidente da Fundação Amgen, braço filantrópico da multinacional Amgen

Atualmente está no que ele mesmo chama de “modo esponja“, aprendendo sobre o Brasil que funciona e conhecendo pessoas e organizações que lutam, dia após dia, para construir um país mais justo para todos

Eduardo também está engajado com dois grupos que apoiam a educação em ciências, área a qual se dedica há quase duas décadas, e vem realizando mentoria de jovens talentos e curtindo o tempo em família. 

Vamos à entrevista!

 

Entrevista com Eduardo Satler Cetlin

 

Como você chegou ao Confluentes?

A equipe do Confluentes conectou comigo no LinkedIn.

Dado o processo de curadoria do projeto, me traz tranquilidade ver minha doação sendo usada com rapidez para aumentar a capacidade das organizações apoiadas

 

O que é filantropia para você?

Ao pé da letra, a palavra filantropia significa “amor à humanidade”. Fazer filantropia é empregar recursos privados no enfrentamento de problemas estruturais e sistêmicos de uma sociedade. 

É diferente de caridade, que foca no alívio do sofrimento dos outros, normalmente no curto prazo. Noto que não há julgamento de valor entre os dois, mas diferenças entre elas. Precisamos de ambos. 

 

Por que doar?

Para fortalecer a sociedade civil e, assim, a nossa democracia

Há pessoas e organizações fazendo trabalhos fantásticos e precisam de recursos para efetivar mudanças. Nossas doações aceleram esse trabalho e permitem que aprendamos com ele. 

 

Que causas você considera mais urgentes? Por quê?

O combate à fome e a garantia de um mínimo de dignidade a todo cidadão é crucial. Acredito também que o novo governo oferece a possibilidade de diálogo e criação de projetos para o Brasil nas próximas décadas. 

Vejo dois temas como de importância estratégica. Primeiramente, o fortalecimento da sociedade civil e instituições do terceiro setor – passando por uma reforma tributária que, no mínimo, elimine os desincentivos para a doação.

Segundo, não há mais como postergar a criação e aperfeiçoamento de soluções de longo prazo para as questões ambientais. Precisamos de novos modelos de colaboração internacional para reduzir o desmatamento e garantir a preservação do que resta da Amazônia. 

É preciso sonhar grande e nos inspirar no que já está sendo feito – por exemplo, vejam como o Instituto Terra transformou pasto em floresta em Aimorés, em Minas Gerais. Imagine se reflostestássemos o que foi desmatado na Amazônia. 

E é preciso ser prático, também, testando os limites do que é atingível.

 

Antes de se tornar confluente, você já teve alguma outra experiência de engajamento social?

Sim, como presidente da Fundação Amgen, eu liderava investimentos filantrópicos de 35 milhões de dólares por ano globalmente

Nosso foco principal era educação em ciências. Construímos um portfólio de programas para que jovens aprendessem ciências fazendo ciências, pessoalmente e virtualmente – o futuro do aprendizado é híbrido. 

Investimos também nas comunidades onde a empresa tinha operações, apoiamos  funcionários em suas ações sociais e ajudamos com alívio a desastres

Também fui um dos criadores do programa de ESG, da Amgen, lançando iniciativas de access to medicines e ampliando esforços na busca de diversidade e representatividade nos testes clínicos da empresa.

Trabalhos que só dão bons resultados se feitos em parceria com a sociedade civil, atividade que muito me orgulho em realizar. 

 

O que mudou em sua vida desde que você se tornou confluente?

Conheci mais sobre as instituições apoiadas e participei do Festival Confluentes, onde aprendi mais sobre os desafios e oportunidades pela frente, além de conhecer outros Confluentes. Animado com as possibilidades para 2023!

 

O que você diria para alguém que está pensando em começar a doar e a se engajar socialmente, mas não sabe bem como começar?

Entre em contato com a equipe do Confluentes! Leia nossos relatórios anuais e veja como seus recursos financeiros podem ir bem mais longe quando reunidos os de muitos outros. E faça parte dessa turma!

 

Como é o Brasil dos seus sonhos?

Ninguém passa fome. Há igualdade de oportunidades. Há paridade racial em todos os níveis da sociedade. O conhecimento é valorizado e é o motor de um modelo econômico de crescimento sustentável. 

Deixamos de ser o país do futuro para ser o país do presente. Para todos. 

 

Ser confluente é…

… ser agente da criação de um Brasil melhor. Fazer parte de uma rede de pessoas que têm consciência de seus papéis enquanto cidadãos e pondo seus próprios recursos na criação de um Brasil menos desigual.  

 

Você leu recentemente algum livro ou assistiu a algum filme ou série que gostaria de recomendar aos outros confluentes?

Desde minha volta tenho focado no tema do racismo estrutural e histórico em nosso país Escrevi sobre alguns materiais que gostei no artigo Nem tudo que se enfrenta pode ser mudado. Mas nada pode ser mudado até que seja enfrentado​. 

Recomendo também o livro A Resistência negra ao projeto de exclusão racial – Brasil 200 anos (1822-2022), que é uma coleção de mais de 30 ensaios organizada pelo Hélio Santos.

Estamos reexaminando nossa história e, corajosamente, inventando novas formas de lidar com questões raciais. Assim damos um passo adiante e fora dos velhos caminhos da educação eurocêntrica e maniqueísta.

Seja Confluente

Últimos posts