Quando grande parte da riqueza de uma sociedade se concentra em determinado grupo, enquanto outros mal têm acesso a direitos básicos como moradia, saúde, educação e transporte, existe uma condição de desigualdade social.
A desigualdade social está na raiz de grande parte das questões sociais contemporâneas – e precisa ser combatida com empenho em todo mundo e, de maneira ainda mais urgente, no Brasil.
Qual o conceito de desigualdade social?
O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, diz que todos os seres humanos nascem “iguais em dignidade e direitos”. A desigualdade social, portanto, se dá quando esse princípio não se repete na prática.
Ela acontece quando – seja por questões econômicas, de gênero, étnico-raciais, religiosas ou outras – há um desequilíbrio dentro da sociedade, fazendo com que alguns indivíduos se encontrem em situações mais vantajosas que outros.
É bom reforçar, por outro lado, que a busca por uma “igualdade” não supõe uma padronização entre as pessoas e uma perda da individualidade dos cidadãos. A busca pela redução da desigualdade social tem, pelo contrário, o objetivo de que, mesmo sendo diferentes entre si, todas as pessoas tenham o mesmo acesso a direitos e, principalmente, oportunidades.
Quais são os tipos de desigualdades sociais?
A desigualdade econômica, ou seja, disparidade de renda entre diferentes classes sociais, é uma das mais graves e marcantes na contemporaneidade, se dando de maneira global.
Mas essa desigualdade econômica é, muitas vezes, acentuada – ou mesmo motivada – por outros tipos de desigualdade social: ela é acentuada, por exemplo, entre mulheres e homens (desigualdade de gênero), brancos e negros (desigualdade étnico-racial) e mesmo entre moradores de diferentes bairros, cidades, países ou regiões (desigualdade regional).
Causas da desigualdade social
A desigualdade social é fruto da má distribuição de renda. Isso pode ter causas e padrões específicos diferentes em diferentes sociedades, mas, de maneira geral, muitos historiadores relacionam as origens da desigualdade social ao advento do capitalismo.
No século XVIII, o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), em sua obra Do contrato social, escreveu que “a propriedade privada introduz a desigualdade entre os homens, a diferença entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo, até a predominância do mais forte. O homem é corrompido pelo poder e esmagado pela violência.”
O colonialismo – a ocupação de territórios na América e na África por países europeus a partir do séculos XIV e XVII –, política baseada na retirada de recursos naturais da terra colonizada, provocou uma desigualdade drástica entre os países. Questões como a escravidão e as posses latifundiárias, por sua vez, ampliaram as desigualdades internamente nas então colônias e atuais nações.
Há hoje, no entanto, uma busca pelo chamado Estado de bem-estar social, baseado na implementação e na aplicação de políticas públicas eficazes que garantam a igualdade de direitos e oportunidades a todos os cidadãos.
A desigualdade social no Brasil
Ainda que a desigualdade social seja um problema global, o problema é especialmente grave no Brasil.
Segundo relatório divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em 2019, somos o sétimo país mais desigual do mundo – atrás apenas dos africanos África do Sul, Namíbia, Zâmbia, República Centro-Africana, Lesoto e Moçambique.
Já o relatório World Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades Mundiais), de 2021, realizado em colaboração por mais de 100 pesquisadores de diversos países, coloca o Brasil como o segundo país mais desigual do mundo entre os membros do G20 (atrás apenas da África do Sul). O documento afirma que a discrepância de renda no país “é marcada por níveis extremos há muito tempo”.
No Brasil, os 10% mais ricos ganham quase 59% da renda nacional total e a metade mais pobre da população é dona de apenas 0,4% da riqueza do país. Em comparação, na Argentina, onde também há uma grande desigualdade, essa fatia mais pobre representa 5,7% da renda nacional.
Por aqui não há igualdade nem no que se refere à desigualdade. Segundo o IBGE, o Nordeste possui quase metade (47,9%) de toda a pobreza no Brasil. Em seguida vêm as regiões Norte (26,1%), Sudeste (17,8%), Centro-Oeste (2,5%) e Sul (5,7%).
Políticas públicas de redução de desigualdades
O combate à desigualdade exige uma integração de políticas públicas diversas. Entre elas estão o enfrentamento do racismo e da discriminação de gênero, o investimento em saúde, educação e segurança pública, a promoção de empregos, a implementação de direitos trabalhistas mais justos e o equilíbrio do sistema tributário, entre outros, além de um melhor direcionamento e transparência dos gastos públicos.
Organizações que apoiam a luta por maior igualdade
Paralelamente à construção de políticas públicas, a sociedade civil vem trabalhando para reduzir o abismo social no Brasil. E isso pode ser feito das mais diversas maneiras. ONGs como a Oxfam se dedicam a combater, de maneira ampla, as desigualdades sociais, mas outras organizações atuam em causas específicas que olham para a origem das desigualdades.
Organizações apoiadas pelo Confluentes, como Odara e Kanindé, por exemplo, trabalham, cada uma à sua maneira, para combater as desigualdades étnico-racias, de gênero e regionais. Já o Redes Cordiais, combatendo a desinformação e as fake news, busca a redução das desigualdades pela construção de uma sociedade mais tolerante e disposta ao diálogo.
Como reduzir a desigualdade social
Todos nós temos a obrigação de combater a desigualdade social – o que pode ser feito por meio da prática da solidariedade no dia a dia e a partir de doações (sejam de tempo ou dinheiro) a organizações engajadas e responsáveis.
Confluentes é uma plataforma criada para potencializar a filantropia estratégica individual no Brasil. Reunimos doadores individuais com ONGs qualificadas buscando gerar melhores resultados no combate às desigualdades sociais. Utilizamos estratégias, curadoria e gestão comprovadas, com o suporte de alguns dos maiores institutos e fundações filantrópicos do país.
Apoiamos as mais diversas causas – todas confluindo para a redução das desigualdades e o fortalecimento da democracia.
Saiba mais e seja confluente.