“Doar é se importar, é construir pontes para os outros e para si mesmo”
Apresentamos Marco Gregori, empreendedor, educador, inovador e, claro, confluente, recém-chegado à nossa rede. Batemos um papo com ele sobre seu olhar sobre a filantropia e a experiência de fazer parte do Confluentes.
Em poucas palavras: quem é você?
Sou engenheiro de formação, empreendedor da educação básica, pai de duas moças lindas e de duas cachorras. Apaixonado por inovação e em pensar diferente. Adoro estudar (dai minha vertente profissional…), bem como aprender sempre.
Como você chegou ao Confluentes?
Trabalho com educação de impacto e sempre busquei colaborar de alguma maneira. Sou fundador de uma ONG para educação, também, e sentia falta de ter uma atuação mais estruturada em outro segmentos. Um dia abri o jornal e vi um artigo da Inês Lafer [idealizadora e diretora do Confluentes] sobre filantropia. Procurei me informar e adorei a proposta. Era o que eu estava buscando.
O que é filantropia para você?
Acho que podemos ter diversas definições sobre isto. Para mim, filantropia é um “estado de espírito”, o “querer ajudar” o próximo ou uma causa que promova o bem-estar alheio, de um grupo de pessoas.
Por que doar?
Porque não doar? A pergunta tem que ser inversa. Doar é se importar, é construir pontes para os outros e para si mesmo. Creio que nos próximos anos vamos observar um aumento crescente da filantropia e da “vontade de doar” por uma causa. Pensamos por muito tempo que doar era para instituições ou pessoas e famílias muito abastadas. Porém não é bem assim, doar é um dom que cada um pode atingir no seu limite, no seu tempo… e faz um bem danado à alma!
Que causas você considera mais urgentes? Por quê?
Eu atuo muito com educação, porém estava buscando uma atuação mais forte em duas causas em que tenho pensado com frequência: meio ambiente e desigualdade social. Em especial a desigualdade social, que tem crescido assustadoramente. Vemos hoje dois movimentos antagônicos: fila de milionários para comprar artigos superluxuosos e a fila (infinitamente maior) de pessoas vulneráveis nas ruas. Essa situação não provém um equilíbrio estável, e sua piora nos afetará a todos muito em breve. Como se pode ter pessoas que passam fome em pleno século 21? É inconcebível! Esta é uma situação que me preocupa e mobiliza.
-Antes de se tornar confluente, você já teve alguma outra experiência de engajamento social?
Puxa várias. Minha atividade em educação, me permite ter atuado em algumas experiências de engajamento social, até em termos pedagógicos para influenciar as novas gerações pela cidadania. Porém, uma de que tenho muito orgulho é da ONG que montei há anos atrás em conjunto com algumas pessoas, Movimento Futuro, que visa ajudar os alunos de escolas públicas a realizar seus sonhos individuais. Muitos dos sonhos destes alunos, tem a ver com a busca de oportunidades, mas o que é mais bonito, a vasta maioria quer achar um mundo melhor para eles mesmos, para as famílias, e para a comunidade local. O sonho passa a ser coletivo!
O que mudou em sua vida desde que você se tornou confluente?
Ainda sou novo no Confluentes. Gostei muito de ver os projetos e como o Confluentes atua de maneira estruturada, profissional, selecionando e acompanhando os investimentos sociais. Adorei também o aspecto comunitário do grupo, as atividades. É bom estar com pessoas que se importam.
O que você diria para alguém que está pensando em começar a doar e a se engajar socialmente, mas não sabe bem como começar?
Procure por alguma organização que o motive e tenha causas que você queira apoiar e incentivar. Se possível comece pequeno, doando seu tempo, participando, e sentindo esta vontade e o bem-estar que isso traz a você. A partir daí pense se pode ajudar mais.
Como é o Brasil dos seus sonhos?
Um pais menos desigual, com oportunidades menos desiguais, também, provendo os itens básicos de cidadania a todos. Um país mais empático, mais colaborativo, mais inovador, empreendedor. Um país que valorize a educação e os educadores, que provenha os itens básicos de cidadania e bem-estar a todos. E, dado o que estamos vendo nestes últimos anos, um país menos exposto aos radicalismos. Em suma, um Brasil que as minhas filhas sintam orgulho de estar e participar.
Ser confluente é…
… ser ativo, proativo, inquieto e com vontade de mudar um cenário. É pertencer a um grupo de pessoas, uma comunidade do bem, sempre disposta e que se importa. E, claro, com bom humor, também. Por que não?
Você leu recentemente algum livro ou assistiu a algum filme ou série que gostaria de recomendar aos outros confluentes e parceiros?
Gostei muito de ler um trabalho do historiador Rutger Bregman: Humanidade – Uma história otimista do homem. É um livro excelente para os otimistas… e também para os pessimistas. Mostra que o homem não está fadado a um destino apocalíptico, que o mundo não se tornará como a visão de muitos pessimistas. Acho que Rutger seria um Confluente, também!