#EuSouConfluente: Bettina Martins Castro e Fernanda Martins Castro

Conheça Bettina Martins Castro e Fernanda Martins Castro, mãe e filha, ambas confluentes       

Na série #EuSouConfluente apresentamos as pessoas que fazem o Confluentes acontecer – nossos apoiadores, os confluentes! Desta vez nossas convidadas são Bettina Martins Castro, fonoaudióloga e pesquisadora, e sua filha Fernanda Martins Castro, estudante de Economia.

Em poucas palavras: quem são vocês?
Fernanda: Sou estudante de Economia, mas não por muito tempo, vou me formar agora no próximo mês, e trabalho há alguns anos com políticas públicas.
Bettina: Sou uma fonoaudióloga que sempre gostou da área pública e se sente muito em casa no Confluentes.

Como vocês chegaram ao Confluentes?
Bettina: Já fiz bastante trabalho voluntário, mas achava que deveria fazer mais. A desigualdade sempre me incomodou. Então procurei na internet e achei o Confluentes, que bateu muito com o que eu queria. Falou muito comigo.
Fernanda: Minha mãe se tornou confluente e, quando começou a falar das pessoas convidadas para os encontros, pessoas que muitas vezes eu admirava, mas nunca tinha tido a oportunidade de ter uma conversa mais próxima, fiquei muito atraída por essa possibilidade de troca. Então decidi me tornar confluente também.

O que é filantropia para vocês?
Bettina: É disposição de tempo, dinheiro e ideias para ajudar a sociedade com o que o governo não consegue fazer.
Fernanda: Para mim são as formas que a sociedade civil tem de agir sobre questões sociais as mais diversas. Política pública tem um potencial de impacto muito grande, filantropia é mais pontual, mas é fundamental, já que as políticas públicas são sujeitas a revezes como o que estamos vivendo hoje.

Por que doar?
Bettina: Num país tão desigual como o nosso, onde uns têm tantos privilégios e outros, a maioria, vivem tão mal, sem ter o que comer, como é que não vamos ajudar, como não vamos olhar para a fora no nosso castelo e ver que tem gente dormindo na rua? Não temos como ser felizes enquanto tiver gente dormindo na rua.
Fernanda: Acho que a importância de doar está muito ligada à noção de que somos uma comunidade, vivemos em comunidades. Não faz sentido termos as coisas só para a gente, precisamos dividir. Justamente por sermos muitos desiguais acabamos perdendo o vínculo e a noção de que pessoas que têm condições financeiras muito diferentes das nossas também fazem parte do nosso grupo.

Que causas vocês consideram mais urgentes?
Bettina: Agora, bem pontual, diria que é a fome. Ter o que comer é o básico. E tem muita gente passando fome.
Fernanda: Para mim o mais urgente é o combate à pobreza, mas o meio ambiente também é muito importante.

Antes de se tornarem confluentes, vocês já haviam tido alguma outra experiência de engajamento social?
Bettina: Costumo doar bastante para projetos de educação infantil. Sou a “mãe” algumas crianças. E já participei de outros, principalmente relacionados a educação.
Fernanda: A primeira vez que comecei a fazer contribuições financeiras foi durante a pandemia, até porque antes eu não trabalhava. Doei cestas básicas, no combate à fome, e também para organizações negras no combate ao racismo. Mas já fiz muita coisa, desde o colégio, a primeira vez que participei de um projeto social eu tinha 12 anos, ia a uma creche ler para crianças.

O que mudou em sua vida desde que você se tornou confluente?
Bettina: O que tem me chamado muito a atenção é a diversidade das pessoas no grupo dos Confluentes, gente com muito conhecimento, cada um na sua área. Então é uma delícia ouvir, fazer perguntas. Isso vem abrindo muito meus horizontes. E também comecei a ver como existem organizações no país, cada uma com sua causa. Expandiu meu olhar para esse lado.
Fernanda: Entrei há menos de dois meses, mas o que mudou foi poder ter contato com pessoas, dos convidados aos outros confluentes, que atuam em projetos sociais há muito mais tempo que eu. Então ter contato com pessoas mais experientes, especialistas em algumas áreas, foi muito importante. Foi muito enriquecedor ter acesso a esse ambiente.

O que vocês diriam para alguém que está pensando em começar a doar e a se engajar socialmente, mas não sabe bem como começar?
Bettina: A pessoa tem que escolher uma causa que tenha conexão com ela, com que ela consiga conversar. Incentivaria a tentar entender o que gosta, o que mais dói quando vê as desigualdades no Brasil, e se juntar a outras pessoas. Quando nos juntamos a pessoas que pensam como nós, crescemos.
Fernanda: Eu recomendaria o Confluentes, onde, por um valor baixo para a maioria das pessoas que conheço, você tem contato com pessoas diferentes, de áreas diferentes. Então quem ainda não achou exatamente a causa que mais motiva vai poder ouvir sobre muitas coisas diferentes e descobrir onde, talvez, no futuro, possa atuar mais enfaticamente.

Como é o Brasil dos seus sonhos?
Fernanda: Primeiro seria um país que tivesse orgulho da sua biodiversidade, dos seus povos originários. Um tipo de orgulho que sempre anda junto com a preservação e a valorização. E também onde todos tivessem oportunidade de chegar aonde quisessem.
Bettina: Para mim é isso, também. Quanto menor a desigualdade, melhor. Um Brasil onde todos tenham acesso à educação e o mínimo básico para viver bem. Um país que não seja tão desigual.

Ser confluente é…
Bettina: … se unir pelo bem público.
Fernanda: Gostei. Fico com essa resposta, também.

Vocês leram recentemente algum livro ou assistiram a algum filme ou série que gostariam de recomendar aos outros confluentes e parceiros?
Fernanda: Acabei de ler um livro muito legal, com crônicas sobre o dia a dia no SUS. Chama-se Pacientes que curam, da Julia Rocha.
Bettina: O último que li foi um livro simples, mas muito interessante, de uma psiquiatra, Katia Mecler, que fala de diferentes psicopatologias de personalidade. O nome é Psicopatas do cotidiano.

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