Dicas de leitura, por Rafaela Deiab – Abril de 2021

A palavra que resta e A rosa mais vermelha desabrocha                                          

Rafaela Deiab, da editora Companhia das Letras e curadora do nosso clube de leitura, tem novas dicas incríveis de dois livros que estão chegando às livrarias de todo o país.

 

A palavra que resta, de Stênio Gardel

“Recomendo muito a leitura de um lançamento recente que se chama A palavra que resta, de um autor cearense estreante chamado Stênio Gardel. É um livro apaixonante, quando você começa a ler não consegue parar mais. O romance conta a história do protagonista Raimundo, de 71 anos, que decide se alfabetizar para poder ler uma carta que recebeu de uma paixão na juventude. Mas fica claro que existe um trauma envolvido, um tabu. E, ao longo dessa jornada em que adquire e a habilidade de ler e escrever, ele vai repensando sua relação com a família, revendo conflitos e ressignificando o próprio destino e sua vida naquele momento. Vale muito a pena ler, acho que todo mundo vai gostar.”

 

A rosa mais vermelha desabrocha, de Liv Strömquist

“O outro livro que eu indico é um pouco diferente, uma história em quadrinhos da autora Liv Strömquist, que ficou famosa mundialmente, e aqui no Brasil também, com A origem do mundo, em que conta como a vulva e a sexualidade foram interpretadas ao longo dos tempos. Agora ela escreveu uma história em quadrinhos em que faz uma reflexão sobre o amor nos dias atuais, sempre por meio de recuos históricos, abordando casos reais tanto muito longínquos quando presentes – Aristóteles que traiu Alcebíades há mais de 2 mil anos, Teseu que abandonou Ariadne, mas também fala de Beyonce e dos Smurfs! É impressionante como ela consegue articular referências em reflexões profundas numa linguagem a que a gente não está acostumado para um texto de história intelectual, os quadrinhos. E responde àquelas perguntas clássicas: se a gente consegue controlar o amor, por que passamos a querer explicá-lo racionalmente, por que procuramos ser mais amados do que amar… Sempre com muita inteligência, repertório e bom-humor. É uma superleitura.”

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